SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Israel aprovou nesta quarta-feira (20) um plano criticado internacionalmente para construir um assentamento no meio da Cisjordânia, dividindo o território em dois e dificultando o reconhecimento de um estado palestino.
Projeto cria assentamento com 3.500 apartamentos na área de E1, uma faixa localizada ao leste de Jerusalém. A aprovação foi feita pelo Comitê de Planejamento e Construção nesta quarta-feira, afirmou a imprensa de Israel e a agência de notícias Associated Press.
Local já estava em “fase de construção” há mais de 20 anos, mas, por pressão internacional, teve obras paralisadas em 2012. Os críticos eram aliados europeus e governos anteriores dos EUA. Agora, a expectativa é de que, caso não haja novo impedimento no assentamento, as primeiras obras para construção de apartamentos aconteçam no próximo ano.
Projeto também isola Jerusalém Oriental do resto do território palestino, o que é visto como uma ameaça geográfica à existência de um estado palestino. As obras expandem o assentamento de Maale Adumim, que tem uma população de 37.000 pessoas.
Governo de Israel considera a aprovação do assentamento uma “resposta” ao reconhecimento internacional do estado palestino como uma forma de pressionar pelo fim da guerra. Entre os países que afirmaram que reconheceriam a Palestina na assembleia das Nações Unidas em setembro estão Reino Unido e França.
Ministro de extrema-direita também foi categórico ao afirmar que assentamento “enterraria a ideia de um estado palestino”. Bezalel Smotrich, das Finanças, fez a afirmação na quinta-feira, segundo a agência de notícias Reuters.
Organização das Nações Unidas e Brasil já tinham criticado o projeto, afirmando que ele viola direito internacional. Em publicação na semana passada, o governo brasileiro afirmou que a “contínua presença de Israel no território palestino ocupado é ilícita” e que novas atividades em assentamentos devem “cessar imediatamente”.
Aprovação da construção foi anunciada enquanto negociadores internacionais aguardam uma resposta de Netanyahu sobre proposta de cessar-fogo. O Hamas aceitou o projeto entregue pelo Egito que prevê a liberação de reféns em duas etapas e a expectativa é de que o governo de Israel responda sobre o assunto até o fim de semana, mas a perspectiva de analistas é de que a possibilidade de aceitação do lado israelense é baixa.
Fonte:Notícias ao minuto