O Exército de Israel afirmou nesta quinta-feira (21) que já controla os acessos à Cidade de Gaza, em meio às operações preliminares para a ocupação da principal área urbana do enclave palestino.
“Iniciamos as operações nas primeiras fases da ofensiva na Cidade de Gaza”, declarou o porta-voz militar Effie Defrin, em coletiva de imprensa. Segundo ele, a invasão marca o início da “Fase 2” da operação lançada após o rompimento do cessar-fogo com o Hamas em 18 de março.
Duas unidades israelenses cercam a região: a 99ª Brigada de Infantaria está posicionada no bairro de Zeitun, ao sul da cidade, enquanto equipes da 162ª Divisão Blindada atuam em Jabalia, no norte. “Forças adicionais se juntarão aos combates em breve”, disse Defrin.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou a redução do período de preparação para a invasão, com o objetivo de acelerar a tomada dos “últimos bastiões terroristas” e derrotar o Hamas. Apesar disso, não foi divulgada nenhuma data oficial para a entrada em massa das tropas.
O governo anunciou também que mais de 60 mil reservistas devem se apresentar nas próximas duas semanas, enquanto outros 70 mil terão o serviço prorrogado por 30 a 40 dias.
Há quase duas semanas, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou um plano para ocupar a Cidade de Gaza e ampliar as operações em campos de refugiados na região central do enclave, medida que gerou críticas dentro e fora do país. O chefe das Forças Armadas chegou a expressar preocupação com o risco à vida dos cerca de 20 reféns ainda em poder do Hamas.
O plano prevê ainda a retirada de toda a população local, estimada em cerca de 1 milhão de pessoas — muitas já deslocadas de outras partes do território. Famílias de reféns têm protestado pedindo um acordo integral com o Hamas que garanta o fim da guerra e a libertação de todos os sequestrados, incluindo os cerca de 30 que se acredita estarem mortos.
Israel ainda não respondeu à proposta de cessar-fogo aceita pelo Hamas dois dias atrás, intermediada pelo Egito e pelo Catar.
A ONU alertou para a ameaça de “fome generalizada” na Faixa de Gaza, que depende totalmente de ajuda humanitária. O organismo pede a entrada imediata de suprimentos para evitar uma “catástrofe inimaginável”.
O conflito começou em 7 de outubro de 2023, quando ataques liderados pelo Hamas deixaram cerca de 1.200 mortos e 250 reféns em Israel. Desde então, a ofensiva militar israelense já resultou em mais de 62 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais, além da destruição de infraestrutura e do deslocamento em massa da população.
Fonte:Notícias ao minuto