Acusado de matar compatriota a facada em Chupinguaia, venezuelano julgado hoje em Vilhena é absolvido por falta de provas
25/04/2025 13:40:00
Irmão do réu foi diagnosticado com “insanidade mental” e teve processo suspenso
Levado a júri popular em Vilhena na manhã desta sexta-feira, 25, o venezuelano Christian Eduardo Fermin, de 39 anos, acusado de matar com uma facada no peito o compatriota Dannys Daniel Rodriguez Gil, negou a autoria do crime e foi absolvido por falta de provas.
O homicídio aconteceu no ano passado, na cidade de Chupinguaia, e teve como motivação uma discussão por dinheiro, envolvendo um empréstimo de 300 dólares. Um irmão de Christian, identificado como Darwin José Carmona Femin, foi denunciado por suspostamente segurar a vítima esfaqueada.
INSANIDADE
Este segundo envolvido, no entanto, teve o processo suspenso, ao ser considerado inimputável. Ao ser interrogado, Darwin apresentou falas desconexas e a defesa alegou que ele sofria de “insanidade mental”. A justiça concordou com a avaliação psiquiátrica, que comprovou a incapacidade de Darwin, diagnosticada depois do assassinato.
O CRIME
Segundo informações obtidas pelo FOLHA DO SUL ON LINE, o ataque letal dos irmãos Fermin contra Dannys Daniel aconteceu na madrugada de 08 de maio de 2024, no momento em que, acompanhado da esposa, ele saía de sua casa, no centro de Chupinguaia, para trabalhar.
Os irmãos teriam discutido com Dannys na casa dele, e depois saíram do imóvel, ficando escondidos em uma mata próxima. Quando a vítima saía de casa, foi segurada por Darwin e atingida pela facada no peito, desferida por Christian, conforme relato da testemunha esposa da vítima. Após o ataque fatal, ambos fugiram, mas depois foram localizados e presos pela Polícia Militar de Chupinguaia.
O MOTIVO
A discussão teve início por causa de um empréstimo de 300 dólares, feito por um irmão de Dannys Daniel (a vítima) à namorada de Darwin (acusado de segurar o conterrâneo durante o esfaqueamento), para que ela pudesse vir da Venezuela para Rondônia. Ao quitar o empréstimo, a venezuelana acabou entregando dinheiro a mais, e aí começaram as desavenças.
BRIGA ANTERIOR
Quanto interrogado, em Juízo, o réu Christian Eduardo Fermin negou que tenha atuado no homicídio. Alegou que, por vingança, sua cunhada, esposa de Dannys, disse que ele o segurou para ser morto. Admitiu apenas que acompanhou Darwin para falar com Danny, porque este tinha ido na casa dele com outras três pessoas na noite anterior. Disse que tais pessoas queriam brigar com Darwin, mas que quando ele percebeu isto entrou na casa.
Narrou que tal briga tinha a ver com dinheiro devolvido a mais pela mulher que tinha tomado os 300 dólares emprestados e devolvido a mais. Sustentou que Darwin lhe telefonou contando a respeito e que o acompanhou até o local do homicídio, porque como o procuraram em quatro na noite anterior, se quisessem brigar, ele ajudaria o irmão.
O réu julgado hoje declarou, na época, que não tinha conhecimento de que Darwin estava com uma faca, e que quando Danny deu um golpe em Darwin, este se esquivou e desferiu a facada nele. Na sequência, Darwin disse que a vítima já estava morta e o chamou para irem embora. Portanto, a versão dele é de que o crime foi cometido pelo irmão.
Ao ser ouvida, a esposa que estava junto com o venezuelano morto no momento do ataque confirmou que ele foi segurado por um dos assassinos e golpeado pelo outro. Segundo a testemunha, Danny ficou surpreso, mas ele e os algozes não discutiram naquele momento.
Porém, ela contou que, ao ser atacado pelos dois irmãos, o marido indagou porque eles estavam fazendo aquilo e Christian falou: “eu tô fazendo isso por sapo”. Ao ser questionada sobre o que seria “sapo”, ela explicou que se tratava de “dívida de dinheiro”.
FALTA DE PROVAS
Após os jurados aceitarem a tese de negativa de autoria, e o absolverem por falta de provas, a juíza Liliane Pegoraro Bilharva, que presidiu o julgamento, mandou soltar Christian, que estava preso na Casa de Detenção de Vilhena.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Da redação
Fonte: Folha do Sul Online