Bundesbank alerta para risco de alta do petróleo com guerra no Oriente



O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, alertou nesta segunda-feira (16) para os riscos econômicos de um possível choque nos preços do petróleo, causado pela escalada do conflito entre Israel e Irã. Segundo ele, o cenário exige cautela por parte do Banco Central Europeu (BCE), mesmo com a inflação da zona do euro tendo recuado para a meta de 2% em maio.

Em discurso feito em Frankfurt, Nagel afirmou que os impactos da ofensiva entre os dois países “ainda são incertos”, mas advertiu que um confronto prolongado pode provocar uma disparada nos preços do petróleo, o que “poderia desorganizar as nossas projeções” tanto para a inflação quanto para o crescimento econômico do bloco europeu.

Nesta manhã, o preço do barril do petróleo tipo West Texas Intermediate (WTI), nos EUA, subia 1,15%, cotado a US$ 73,82, enquanto o Brent do Mar do Norte avançava 0,99%, a US$ 74,97. Na sexta-feira, quando começaram os ataques de Israel ao Irã, os preços chegaram a disparar até 13%.

O recuo da inflação para 1,9% em maio, conforme estimativa preliminar do Eurostat, reforçou a decisão do BCE de cortar os juros no mês passado, após um ano de elevações consecutivas. A autoridade monetária também revisou para baixo suas projeções de inflação: 2,0% para 2025 e 1,6% para 2026, influenciadas pela queda dos preços de energia e pela valorização do euro.

Apesar disso, Nagel, conhecido por seu perfil conservador em relação à política monetária, defende que o BCE permaneça “flexível” e evite se comprometer antecipadamente com novas reduções nas taxas de juros. Ele ressaltou que uma eventual intensificação do conflito no Oriente Médio, combinada com tensões comerciais persistentes com os Estados Unidos, impõe riscos consideráveis à economia europeia.

Em junho, o BCE reduziu a taxa de depósitos de 4,0% para 2,0%, encerrando o ciclo de aperto monetário iniciado após a invasão da Ucrânia pela Rússia. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que as decisões futuras continuarão sendo tomadas “reunião a reunião”, com base nos dados econômicos. No entanto, também sinalizou o fim de um ciclo, o que levou analistas a preverem uma pausa nos cortes de juros na próxima reunião do BCE, marcada para o fim de julho.

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Fonte:Notícias ao minuto

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