O governo da Venezuela declarou nesta quinta-feira que os Estados Unidos suspenderam de forma unilateral o voo de deportação de cidadãos venezuelanos que deveria ocorrer hoje. A decisão surge em meio a um cenário de forte tensão diplomática e militar entre os dois países, marcado pela interrupção generalizada de voos internacionais com destino a Caracas.
Apesar de autoridades norte-americanas terem alertado companhias aéreas para evitar o sobrevoo da Venezuela devido ao grande contingente naval dos EUA no Caribe e no Pacífico Sul, os voos de deportação haviam ocorrido normalmente até agora.
O espaço aéreo sob responsabilidade venezuelana cobre 1,2 milhão de quilômetros quadrados, incluindo uma vasta área marítima próxima à região onde os Estados Unidos posicionaram, em agosto, uma frota que inclui o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford. Washington afirma que a mobilização tem como objetivo combater o tráfico de drogas.
Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação dos EUA recomendou extrema cautela ao sobrevoar o país, citando risco elevado. Após o alerta, várias companhias, incluindo a TAP, suspenderam voos para Caracas.
Neste mês, Donald Trump declarou que as operações militares no entorno da Venezuela vão muito além de pressão diplomática e podem incluir ações terrestres em breve. Maduro acusa os EUA de tentarem derrubá-lo para se apropriar do petróleo venezuelano, argumento repetido após a apreensão de um petroleiro pelas forças norte-americanas.
Segundo Caracas, os EUA bombardearam desde setembro mais de duas dezenas de embarcações alegadamente usadas por narcotraficantes, deixando mais de 85 mortos.
Fonte:Notícias ao minuto



