Fim da “trégua nacional” entre PCC e CV não deve alterar situação da violência em Vilhena, onde grupo dissidente segue matando


 
Hoje, no presídio Cone Sul, existem detentos do CV, que continua recrutando novos membros
 
Após uma década de matança, as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) haviam firmado uma espécie de trégua em fevereiro deste ano, colocando fim às hostilidades. O acordo em nível nacional, no entanto, foi rompido recentemente.
 
A iniciativa de acabar com a trégua partiu do PCC, alegando que o rompimento “se deve especialmente às mortes de dezenas de inocentes assassinados por pura banalidade”. O comunicado diz que a facção criminosa paulista “permanece aberta ao diálogo com todos aqueles que são a favor da paz” (LEIA REPORTAGEM COMPLETA veiculada pelo UOL).
 
O FOLHA DO SUL ON LINE entrevistou um servidor da área de segurança pública em Vilhena, que explicou: na maior cidade do Cone Sul de Rondônia, a briga do PCC não é com o CV, mas com um grupo dissidente do próprio PCC, que adotou o nome de Tropa da Revolução (TDR).
 
O entrevistado explicou que, enquanto no vizinho Estado de Mato Grosso o CV domina, em Vilhena o protagonismo é do PCC, que disputa território com ex-integrantes que fundaram a TDR. Várias mortes violentas recíprocas na cidade revelam a ferocidade do confronto entre as duas organizações faccionadas.
 
Hoje, no presídio Cone Sul, existem detentos do CV, que continua recrutando novos membros na cidade de dentro do complexo, e das duas outras facções rivais. Também há apenados num espaço conhecido como “seguro”, destinado a presos que não se entendem com nenhum dos grupos em conflito.
 
O espaço, separado dos outros presidiários, também abriga condenados por crimes sexuais, para evitar que eles sejam violentados ou até assassinados, numa espécie de “vingança ética”, comum em estabelecimentos prisionais.
 
Ao analisar o fim da “pacificação temporária”, o servidor explicou que as mortes determinadas pelas facções em Vilhena, que costumam punir quem vende drogas sem a autorização delas, devem continuar acontecendo. Mas o número de cadáveres não deve ser maior nesta nova fase de enfrentamentos, já que a “briga feia” mesmo segue sendo do PCC com a TDR, que nunca firmaram acordo.
 





Fonte:Folha do Sul Online

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