Filho de brasileiros, o ex-deputado Republicano George Santos deixou a prisão na madrugada deste sábado (18) horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter concedido perdão presidencial a ele. A soltura foi confirmada pelo seu advogado, Joseph Murray, à imprensa norte-americana.
O ‘Perdão’ de Trump
Em uma publicação feita na sexta-feira na Truth Social, rede social que ele próprio controla, Donald Trump escreveu que “George Santos é de fato um ‘bandido’, mas há muitos bandidos em nosso país que não são obrigados a cumprir sete anos de prisão”.
O republicano de Nova York, filho de imigrantes brasileiros, que atuou no Congresso por apenas um ano antes de ser expulso em 2023, declarou-se culpado no verão de 2024 por fraude eletrônica federal e roubo agravado de identidade.
O ex-deputado admitiu ter enganado doadores e roubado as identidades de quase uma dúzia de pessoas, incluindo familiares, para financiar sua campanha vitoriosa.
Como parte de um acordo judicial, Santos, de 37 anos, concordou em pagar cerca de 580 mil dólares (cerca de 510 mil euros) em indenizações.
Segundo Trump, Santos “passou longos períodos em confinamento solitário e, de acordo com todos os relatos, foi tratado de forma terrível. É por isso que acabei de assinar uma comutação da sua pena, libertando George Santos da prisão IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George, e desejo-lhe uma boa vida!”.
Cumprindo pena em uma prisão de segurança mínima, onde estava havia menos de três meses, Santos chegou a escrever artigos para o jornal The South Shore Press.
No último texto, publicado na segunda-feira, ele apelou diretamente a Donald Trump, destacando sua lealdade à agenda do presidente e ao Partido Republicano.
“Senhor, apelo ao seu senso de justiça e humanidade — as mesmas qualidades que inspiraram milhões de norte-americanos a acreditar no senhor”, escreveu.
“Peço humildemente que considere a dor e as dificuldades incomuns deste ambiente e me conceda a oportunidade de retornar à minha família, aos meus amigos e à minha comunidade”, acrescentou Santos.
Os advogados do ex-deputado haviam solicitado uma pena de dois anos de prisão, o mínimo obrigatório para roubo agravado de identidade. A defesa argumentou que essa sentença seria comparável às aplicadas ao ex-deputado Jesse Jackson Jr. e a outras figuras políticas condenadas por crimes financeiros semelhantes.
Santos foi eleito em 2022, conquistando para os republicanos um distrito abastado que inclui partes do Queens e de Long Island.
Pouco depois, veio à tona que o político havia inventado grande parte de sua biografia, apresentando-se como um empresário bem-sucedido de Wall Street e dono de um valioso portfólio imobiliário. Na realidade, enfrentava dificuldades financeiras e chegou a ser despejado. As revelações levaram a investigações criminais e parlamentares sobre o financiamento de sua campanha.
Este é o ato mais recente de clemência de Trump em favor de antigos políticos republicanos desde que voltou à Casa Branca, em janeiro.
No fim de maio, Trump perdoou o ex-deputado Michael Grimm, também republicano de Nova York, que em 2014 havia se declarado culpado de fraude fiscal ligada a um restaurante que administrava em Manhattan.
O presidente também perdoou o ex-governador de Connecticut, John Rowland, cuja carreira política foi abalada por um escândalo de corrupção e duas condenações criminais.
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Fonte:Notícias ao minuto