Mais de 400 milhões de crianças estão na pobreza em todo o mundo


O relatório “Situação Mundial das Crianças 2025: Erradicar a Pobreza Infantil – Nosso Dever Comum”, recém-publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), revela um quadro alarmante: São 417 milhões de meninos e meninas submetidos a severas privações para saúde, desenvolvimento e bem-estar.

O estudo usa informações de mais de 130 países de baixa e média renda e avalia a pobreza multidimensional, como afirma a chefe de Políticas Sociais do UNICEF no Brasil, Liliana Chopitea.

“A pobreza é mais do que só a falta de renda. Crianças estão em pobreza multidimensional quando não recebem nutrição, água, abrigo, educação, cuidados de saúde necessários para sobreviver e prosperar”.

Seis categorias são analisadas: educação, saúde, moradia, nutrição, saneamento e água. A principal privação encontrada é o saneamento: 65% das crianças não têm acesso a banheiro nos países de baixa renda. Esse percentual cai para 26% nos países de renda média-baixa para 11% naqueles de renda média-alta.

O relatório ainda analisa a pobreza monetária: mais de 19% das crianças sobrevivem com menos de US$ 3 por dia, o que equivale a R$ 16 reais. Quase 90% desses pequenos estão nas nações africanas abaixo do Deserto do Saara e no sul da Ásia.

Apesar do alto número de crianças enfrentando privações severas, o estudo aponta avanços. Liliana Chopitea destaca que é necessário vontade política para enfrentar a pobreza em todas as formas.

“Os países têm que colocar o enfrentamento à pobreza infantil como uma prioridade nacional, implementando políticas públicas integradas, incluindo de proteção social, nos orçamentos públicos”.

Em relação ao Brasil, o último relatório do Unicef sobre a pobreza multidimensional no país foi lançado em janeiro deste ano. Ele aponta que o número de crianças e adolescentes nessa situação caiu de pouco mais de 34 milhões em 2017 para cerca de 29 milhões em 2023. As principais influências para a redução foram o aumento da renda, em especial pela ampliação do Bolsa Família, e a melhoria no acesso à informação.   

2024 foi o pior ano para as crianças desde a II Guerra Mundial

O representante da UNICEF, Bainvel, afirma que 2024 se tornou o pior ano para a infância desde a Segunda Guerra, com mais pobreza, violência, falta de vacinas e milhões de crianças deslocadas, enquanto a Unicef cobra novas estratégias globais e financiamento adequado para proteger seus direitos.

Notícias ao Minuto | 12:30 – 19/11/2025



Fonte:Notícias ao minuto

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