Um grupo de cientistas registrou imagens raras de rêmoras surfando nas costas de baleias-jubarte durante uma viagem em alta velocidade pelo oceano, até o momento em que os mamíferos sobem à superfície para respirar.
O vídeo, produzido pelo Whales and Climate Research Program, que reúne equipes da Austrália, África do Sul e América do Sul, mostra várias rêmoras grudadas em uma baleia-jubarte na costa australiana. Pouco depois, o animal rompe a superfície da água para respirar, fazendo com que os peixes se soltem.
Quando a baleia subia à superfície e fazia movimentos muito rápidos, as rêmoras reagiam de imediato, acompanhando cada mudança de direção, explicou Olaf Meynecke, membro do programa, em entrevista ao New York Post.
Assim que a baleia mergulhava novamente, as rêmoras voltavam a se fixar na pele do mamífero usando as ventosas localizadas em suas cabeças. Elas sabiam exatamente o momento certo de se soltar antes de a baleia atravessar a linha da água e retornavam ao mesmo ponto poucos segundos depois, completou o cientista.
As rêmoras são peixes marinhos da família Echeneidae e possuem uma estrutura única no topo da cabeça que funciona como uma ventosa natural. Essa ventosa lhes permite grudar em animais muito maiores, como baleias, tubarões, golfinhos e tartarugas, e “viajar de carona” enquanto se alimentam de pequenos crustáceos e de restos de pele ou comida dos hospedeiros. Por isso, também são conhecidas como “peixes-piloto” ou “peixes-de-ventosa”.
Esses peixes passam praticamente toda a vida grudados em seus anfitriões, inclusive se reproduzindo sobre eles. Elas acasalam e se reproduzem enquanto estão fixadas ao corpo da baleia, explicou o pesquisador.
Embora o relacionamento seja geralmente simbiótico — já que ajudam a limpar a pele dos grandes mamíferos —, o vídeo mostra que, nesse caso, a baleia parecia irritada com os passageiros. Observamos alguns animais com muitas rêmoras, subindo repetidamente à superfície mesmo sem a presença de outras baleias por perto. Parecia que estavam tentando se livrar delas, comentou Meynecke.
As imagens foram captadas na chamada autoestrada das baleias-jubarte, um corredor migratório usado por cerca de 40 mil baleias todos os anos na costa leste da Austrália.
Ainda não se sabe até onde as rêmoras viajam durante essa migração de 10 mil quilômetros, nem se permanecem com o mesmo animal durante toda a jornada. É um mistério fascinante que ainda estamos tentando desvendar, concluiu o cientista.
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Fonte:Notícias ao minuto



