A campanha de arrecadação de fundos destinada a Agam Rinjani, voluntário indonésio que ajudou no resgate do corpo da turista brasileira Juliana Marins, foi oficialmente cancelada após uma série de críticas relacionadas à taxa administrativa cobrada pela plataforma. O anúncio foi feito neste domingo (29), por meio de um comunicado conjunto divulgado nas redes sociais da plataforma Voaa e do perfil Razões Para Acreditar, responsáveis pela vaquinha.
A arrecadação, encerrada no sábado (28), havia somado um total de R$ 522.305,53. Deste valor, R$ 104.461,11 seriam destinados ao Instituto responsável pela campanha, referente a uma taxa de 20% estabelecida previamente. O restante seria enviado a Agam Rinjani, que havia aceitado a ajuda financeira para adquirir novos equipamentos de resgate.
No comunicado oficial, os organizadores afirmaram que a decisão pelo cancelamento foi motivada por uma série de ataques virtuais, ameaças, informações falsas e mensagens de ódio. A repercussão negativa teria desviado o foco da iniciativa, inicialmente voltada à valorização da atitude de Agam, que ficou conhecido por passar a noite ao lado do corpo de Juliana para evitar que ele escorregasse ainda mais em uma encosta do vulcão Rinjani, na Indonésia.
“Reconhecemos com humildade que, neste momento, a discussão em torno da ‘Vaquinha do Agam’ desviou a atenção da essência da campanha e, principalmente, da história que desejávamos apoiar”, diz o texto da publicação.
A plataforma informou ainda que todos os valores arrecadados serão devolvidos automaticamente aos doadores, por meio dos mesmos métodos de pagamento utilizados. A devolução está prevista para ocorrer a partir desta segunda-feira (30), e não será necessário qualquer procedimento adicional por parte dos apoiadores da vaquinha.
A taxa de 20% cobrada pela Voaa — e que motivou grande parte das críticas — já constava nas regras da plataforma desde o início da campanha, segundo os responsáveis. No entanto, a comunicação sobre esse percentual, de acordo com o próprio comunicado, “poderia ter sido mais clara”.
A Voaa também reforçou que, ao contrário de outras soluções disponíveis no mercado, o valor da taxa cobre não apenas a manutenção do site e da equipe, mas também a curadoria dos casos, a verificação das informações, a produção de conteúdo, o suporte jurídico e financeiro, e o acompanhamento de ponta a ponta de cada campanha.
Antes de centralizar as doações por meio da plataforma, Agam havia recusado ajuda financeira, solicitando apenas orações. Mais tarde, ao aceitar as contribuições, as transferências internacionais apresentaram dificuldades e a iniciativa passou a ser conduzida exclusivamente pela Voaa.
Apesar do encerramento da campanha, os organizadores afirmaram que seguem comprometidos com seu trabalho social. “Permaneceremos firmes em nosso propósito, realizando com seriedade um trabalho que há anos transforma milhares de vidas, conectando pessoas e gerando impacto positivo”, finaliza a nota.
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Fonte:Notícias ao minuto